Como esperado, Simenon apresenta outra leva de ótimos
personagens em meio a um intrigante caso de morte. Mas dessa vez, Maigret é um
mero expectador, que assim como nós, leitores, acompanha a investigação com
fascínio e curiosidade, mas de mãos atadas. Pois não estamos mais na França,
mas nos EUA.
Maigret está acompanhando o modus operandi dos colegas
americanos em diversas investigações criminais, uma espécie de intercâmbio
profissional, uma troca de experiências e conhecimentos. É no estado do Arizona
que Maigret encontra um caso intrigante: uma moça morta e 5 suspeitos clamando
inocência. Rapidamente o interesse de Maigret na investigação nos contagia
também, e a leitura segue rápida e fluida.
Elejo este o melhor livro de Maigret lido até o momento.
Engraçado que outro livro de Simenon que gosto bastante é justamente outra
história em que ele viaja (Maigret sai em viagem), acho que é reflexo do meu
interesse por viagens e culturas diferentes.
Neste livro, Maigret está longe de casa, sozinho com os seus
pensamentos. Reflete principalmente sobre as diferenças culturais entre França
e EUA. Sociedades diferentes, costumes diferentes, métodos de investigação
diferentes. Maigret observa tudo, vestimentas, arranha-céus, os bares, os
clubes, o uso exagerado do carro, e a dependência por álcool. O ápice desses
pensamentos está nas páginas 72 e 73, onde Maigret sugere existir uma miséria escondida
nessa sociedade, que parece ter tudo.
Leitura excelente! O final pode parecer um tanto frustrante,
mas o que importa não é o veredito, mas os esclarecimentos dos fatos. Nessa
história, além de leitores somos jurados também. Cabe a cada leitor dar o seu
veredito.
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