
Maigret precisa resolver um crime que aconteceu numa cidadezinha litorânea da França, onde a principal testemunha é um cachorro amarelo que surgiu do nada e não pertence a ninguém. Pelo seu caráter enigmático, o crime ganha bastante repercussão na imprensa, o que atrapalha as investigações de Maigret e também cria um clima de terror na cidade.
Maigret, sempre taciturno, resolve o crime de maneira magistral. Porém, passa por algumas dificuldades, sendo pressionado pela imprensa e também pelo prefeito da cidade, que exige que alguém seja preso, qualquer um, para que a cidade se acalme.
Achei essa leitura muito interessante, pois tem uma direta relação com os tempos de hoje, da tão falada pós-verdade. Onde a informação corre muito mais rápido e a imprensa, junto com as redes sociais, é quem diz o que está certo/errado, quem é inocente/culpado. Em determinado momento da história, o próprio policial investigador do caso acaba sabendo do desenrolar da investigação através de jornalistas. Em outro, a população promove uma sessão de linchamento influenciada pelas notícias publicadas nos jornais.
Além do suspense da investigação e do surgimento de novas vítimas, o leitor também encontra um acanhado, mas presente, clima de terror, já que o cachorro do título revela-se com um certo ar fantasmagórico, aparece e desaparece, deixa pegadas, surge do nada. Muito bom! Só me senti um pouco triste no final, pois desejava um desfecho diferente para o cachorro.
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