A história nos é contada pela personagem Scout, que já adulta
(ou mais velha) relembra os fatos que acompanharam a época em que o pai dela defendeu
um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca. Isso lá nos anos de 1930,
onde o racismo e a segregação americana estavam no auge. Atticus, o pai, sendo um advogado branco,
sofre retaliação e acusações da comunidade branca e conservadora do local, que
não aceita que ele defenda um homem negro. Scout narra o seu cotidiano, suas brincadeiras,
seus primeiros dias na escola e também o tal caso em que seu pai é advogado,
sendo justamente o clímax da historia, o julgamento.
O tema principal abordado nesse livro é o racismo, sem
dúvida. Mas as partes mais lindas e inesquecíveis são aquelas que tratam da
infância da personagem Scout, as brincadeiras, as férias escolares, os amigos de
infância. O universo dos adultos também é mostrado através do olhar da
personagem, que ganha novo significado com o ponto de vista doce, infantil e ingênuo
dela.
O personagem mais interessante é o pai, Atticus. Um senhor
já quase idoso, viúvo, muito bem quisto na comunidade, e que está determinado a
fazer o que é certo, mesmo que não seja o esperado pelas pessoas com quem
convive. Um personagem de várias camadas, que conquista pela coragem e lucidez,
embora também cometa erros.
Não poderia deixar de falar da belíssima metáfora do título
original: How to kill a monckinbird. Que faz referência a covardia que se
comete matando passarinhos por esporte, associada a uma morte injusta que
ocorre no livro. É tocante!
É um livro muito sensível, um drama que arranca lágrimas, mas
que foge do novelesco e da pieguice. É um livro encantador.
A parte final é belíssima, mostra o amadurecimento de Scout.
É de uma sensibilidade gigante. Um dos momentos mais lindos que já li. É um livro
formidável, que desperta vários sentimentos e sensações. Que pedi uma releitura
assim que é acabado. É por isso que é um livro que mesmo tão jovem, já é um
clássico.
opiniões sejam respeitadas - disse Atticus - mas antes de viver com outros, tenho de viver
comigo próprio. E a única coisa que se sobrepõe à regra da maioria é a nossa consciência."
"-Bem, muita gente pensa que elas é qu'tão certas e 'ocê é qu'tá enganado...-Elas tem todo o direito de pensar dessa forma, como também tem o direito a que as suas
opiniões sejam respeitadas - disse Atticus - mas antes de viver com outros, tenho de viver
comigo próprio. E a única coisa que se sobrepõe à regra da maioria é a nossa consciência."
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