Nunca tinha ouvido falar de Eustáquio
Gomes até encontrar esse livro com preço promocional. A capa logo me chamou a
atenção e bastou ler os títulos dos capítulos para decidir por compra-lo. Isso
foi em meados do segundo semestre de 2013. Comprei e deixei de lado, esquecido
na estante até descobrir a morte prematura do autor aos 61 anos, em janeiro
deste ano. Lamentei não ter começado a leitura de imediato.
Mencionei a capa do livro, é uma
escadaria de palavras formada pela lista encontrada no capitulo O Bibliomaníaco, uma forma diferente de
arrumação de estante sugerida pelo autor, baseada nos sentimentos causados
pelos livros nos leitores. Lembrei do primeiro capítulo de Se um viajante numa noite de inverno, de Italo Calvino, que tem
lista parecida (veja aqui).
O livro é uma
coletânea de histórias sobre livros, autores e leitores. Começa com a mudança
da biblioteca particular do autor para o porão da casa, o autor então decide
mudar-se junto. Os capítulos são entremeados por ilustrações de pessoas lendo,
o que torna a leitura mais especial. O texto de Eustáquio Gomes é criativo,
simples e divertido. Destaco os capítulos “O inferno é aqui mesmo” e “Livros breves”,
este último atulhado de dicas de leituras. Muito divertido e surpreendente é o
capítulo “O Falso poema de Borges”, de onde extraí a citação do fim desse
texto.
Terminei a leitura desse livro com
uma lista enorme de autores e livros para ler. Grande e preciosa herança.
"Sim, talvez seja melhor preservar a ilusão de vir a ser um alpinista ou de poder nadar contra a corrente a sacrificar-se em nome da verdade literária. Portanto, abaixo Borges! Viva Nadine Stair! Mas quem, diabo, é Nadine Stair?"
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