sábado, 1 de novembro de 2014

A abadia de Northanger – Jane Austen

Esse livro destoa dos outros e mais famosos livros de Jane Austen. Aqui a autora brinca um bocado com a protagonista, a jovem e ingênua Catherine e também com um gênero literário em moda na época, o romance gótico.

Neste livro, que foi publicado postumamente, os livros e os leitores ocupam lugar de destaque na trama. Sendo a literatura gótica tratada de forma satírica.

Catherine é uma menina solteira, é filha de um clérigo e, portanto, pobre, mas que vive confortavelmente. É também amante da leitura, fã da literatura gótica. Catherine tem sua rotina tranquila alterada quando é convidada a passar uns dias em Bath, uma cidade vibrante onde tudo acontece. Lá conhece não um, mas dois pretendentes: Henry e Jonh. Apaixonada pelo primeiro e cortejada pelo segundo, Catherine vive, na verdade, nas páginas dos livros. É uma protagonista sonhadora, que vive nas fantasias que lê.

Obviamente, Catherine conseguirá fazer a transição da vida de criança para a vida de adulto, ou, da fantasia para a realidade. E conseguirá alcançar o mais alto objetivo de toda jovem naquela época: o casamento.

Apesar de o casamento ser sempre o final feliz encontrado nos livros de Jane Austen, tem que se valorizar a posição da autora, desgostosa da situação da mulher naquela época. É possível até interpretar esse “final feliz” em suas histórias como uma grande ironia.

Esse livro, depois de Persuasão, está no meu TOP 3 livros de Jane Austen, seguido de Emma.

Logo anunciaram que a carruagem estava pronta; e Catherine, erguendo-se de um salto, um longo e carinhoso abraço fez as vezes das palavras ao se dizerem adeus; e, ao entrarem no saguão, incapaz de deixar a casa sem mencionar alguém cujo nome não fora pronunciado por nenhuma das duas, ela parou um instante e com voz trêmula, apenas tornou inteligível que deixava “as melhores lembranças ao amigo ausente”. Mas o fato de quase ter pronunciado o nome dele acabou com qualquer possibilidade de refrear seus sentimentos; e, escondendo o rosto o melhor que pode com o lenço, atravessou correndo o saguão, pulou dentro da chaise e num instante já se afastava da casa.

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