quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Harry Potter and the Cursed Child: parts one and two - J.K. Rowling, John Tiffany, Jack Thorne

Antes de tudo, é preciso dizer que sou fã dos livros de Harry Potter. Comecei a ler já adulta, apesar de ter me encantado como uma menininha. Sou apaixonada por esse universo criado pela maravilhosa JK Rowling.

Dito isso, confesso que tenho sentimentos conflituosos sobre esse Harry Potter and the Cursed Child, oitava história do bruxinho, idealizada por JK Rowling, John Tiffany e Jack Thorne, e transformada em peça teatral por este último. Mesmo tendo achado a história boa, no geral, e gostado razoavelmente da leitura, acho que a sensação gostosa de nostalgia escondeu ou sobrepujou alguns pontos falhos dessa nova história. E em muitos momentos ficou a sensação de estar lendo um filler.

O livro começa com o mesmo clima piegas que encerrou o livro anterior. E continua com uma série de chavões, que não irritam, mas diminuem muito o brilho da história. Pesquei alguns momentos "eu já vi isso antes" (sem fazer referência a trama principal, tá) e a construção de alguns personagens novos foi bem preguiçosa e pobre. Algumas partes são bem chinfrim mesmo, como a aliança entre Harry Potter e um antigo inimigo, e as motivações dos dois protagonistas.

No entanto, é possível reconhecer o dedo de JK aqui e acolá. E o clima nostálgico toma conta de grande parte da história, anuviando as falhas e emocionando o leitor. Mesmo havendo dificuldade de identificação com os protagonistas, é possível torcer por um final feliz.

Ponto positivo ficou com o retorno do vira-tempo e toda a discussão envolvida sobre viagens no tempo e seus efeitos, perigos e vantagens. Embora o filme De volta para o futuro e o próprio Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban tenham feito um trabalho melhor, viagens no tempo são sempre assuntos interessantes e conquistam o leitor facilmente.

Outro ponto que me agradou foi a sensação de existir uma certa tensão sexual entre os dois protagonistas, Albus e Scorpion. Por mais que os dois tenham seus interesses amorosos direcionados para garotas, ficou no ar uma leve atração entre os dois. Gostaria que tivesse ficado mais claro.

Não posso deixar de comentar a parte mais engraçada, a grande fofoca que envolve a verdadeira paternidade de um dos protagonistas: hilário!

Bom, queria ter visto mais. Mais de Neville, mais de Rony, mais do filho de Lupin. E, principalmente, mais de Rose. Na verdade, foi uma grande decepção a personagem ter sido preterida na trama, ela é bem mais interessante do que os dois protagonistas juntos.

Harry Potter and the Cursed Child não é um livro ruim. É só uma história muito menos brilhante de JK e que peca um bocadinho quando exagera na pieguice e nos clichês. Mas li tudo com um sorriso no rosto e satisfeita por ter reencontrado personagens queridos e também retornado mais uma vez a este universo.

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