domingo, 17 de dezembro de 2017

Extra Stuff - Assassinato no Expresso do Oriente - filme de Kenneth Branagh

Quando vejo um filme que foi adaptado de uma obra que gosto ou que sou fã, tento fazer um exercício de desprendimento da obra, aceitar que são mídias diferentes e mudanças são necessárias. Pois nem tudo que funciona no livro, funcionaria no filme adaptado.

Por isso não me incomodou o novo vigor físico de Poirot. Como fã, sei que as únicas partes funcionais do seu corpo são a sua boca de gourmet e as pequenas células cinzentas do seu cérebro. Vê-lo correndo e lutando poderia ofender fãs mais xiitas, mas não é o meu caso. Gostei! funcionou muito bem no filme e as cenas ficaram boas, dentro do contexto do filme e combinaram com o Poirot mais jovem de Branagh.

Falando nisso, o Poirot de Branagh me encantou muitíssimo. Adorei como ele diverte e ao mesmo tempo apresenta o personagem: suas manias, a vaidade, os prazeres da sua vida: comer, viajar e desvendar crimes. O grande elenco estrelado fica um pouco atrás na questão de atuação. É compreensível, pois são muitos personagens, dar profundidade a um personagem com tão pouco tempo em tela deve ser muito difícil. Não vejo destaque em nenhuma atuação, ao mesmo tempo não consigo condenar nenhuma, são todos bons atores e dificilmente erram. No entanto, condeno bastante o tom melodramático que acompanhou o filme na parte final. Achei dispensável, exagerado, risível até.

Gostei de ver presente no filme as referências a peconceitos tão presente na obra de Agatha Christie. Uma crítica que a autora fazia ao que se ouvia frequentemente nos meios sociais em que ela frequentava. Esse aspecto de sua obra é comumente esquecido, mas tão importante.

Foi emocionante ver o meu primeiro filme de Agatha Christie no cinema, ainda mais nas mãos de um ator/diretor tão talentoso. Mesmo que o filme não tenha alcançado as minhas expectativas, ficou um gostinho bom de quero mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário