terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Maigret e o negociante de vinhos - Simenon

Mais uma vez Simenon surpreende com uma história de investigação policial com um quê de tratado de psicologia.

Publicado em 1970, este livro distingui-se por evidenciar o comportamento das personagens femininas. Quase sempre mulheres independentes e modernas. Ao mesmo tempo, o morto é um personagem dominador, machista e desprezível. Temos aí um balaio bem interessante. Já Maigret aparece como o de sempre, perspicaz, equilibrado e gentil. Suas reflexões a respeito do morto e dos suspeitos merecem grifo e sempre contribuem para os pontos altos nos livros da série. Outro personagem merecedor de atenção é o resfriado de Maigret, que insiste em atrasar as investigações.

Em o negociante de vinhos, Maigret precisa identificar o assassino de um rico comerciante, que tem um perfil libidinoso e perverso. A grande quantidade de suspeitos, as cartas anônimas, a ameaça de uma forte gripe, dificultam as investigações. O desfecho é tenso, mas esperado e bem mastigadinho. Mesmo assim, o livro é satisfatório.

Continuo muito admirada pelo estilo narrativo de Simenon, e mais uma vez encerro a leitura já pensando no próximo livro dele.
"Fechou os olhos e por um tempo bastante longo permaneceu como que suspenso entre a vigília e o sono. Percebia que escorregava imperceptivelmente e era uma sensação agradável que não tinha vontade de dissipar."




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